Este
ano eu já participei de três concursos literários e depois de
tanta repercussão do resultado dos pré-selecionados no Prêmio
Kindle eu resolvi opinar sobre tudo isso.
Falarei
um pouco da minha experiência primeiro. Escrevo para mim mesmo desde
2002, seja em extintos blogs que já tive ou contribuindo como
colaborador para outros. Só que apenas no início de 2016 eu tive
coragem de assumir para todo mundo que quero ser escritor e procurei
por possibilidades de publicar o meu primeiro livro que fora escrito
em 2013.
Ainda
que eu tenha pouco tempo de estrada em concursos literários, já
participei de muita competição por aí, principalmente em concursos
públicos. Inclusive sou servidor efetivo desde o final de 2007.
Vamos
ao que interessa. Como havia dito anteriormente, já me inscrevi em
três concursos este ano, um deles o Prêmio Kindle e não ganhei
nenhum deles, mas não me arrependo de ter participado. Desde que
resolvi investir na carreira de escritor eu tenho procurado por
possibilidades de ganhar visibilidade e evoluir na escrita. Continuo
achando que concursos são ótimas oportunidades para tal.
Não
serei demagogo, óbvio que gostaria de ter vencido todos os concursos
que participei, mas a verdade é que me dispus a fazê-los por outros
motivos. Escrever um livro é somente a primeira etapa para se tornar
um autor, publicá-lo vem logo em seguida, mas para se firmar no
mercado literário precisamos de leitores. Não podemos ser ingênuos
e pensar que é só publicar que os leitores aparecem. O mercado é
acirrado e se queremos leitores, devemos conquistá-los. Para isso
precisamos ser lidos e que os leitores gostem do que leram. Esses são
meus dois objetivos ao participar de concursos, conseguir leitores e
agradá-los.
Escrita
é uma arte e, como tal, requer técnica e treino. A cada concurso
que fazemos, temos um novo desafio e se nos dedicamos a ele,
aprendemos e evoluímos mais. Fora que sendo lidos, podemos
conquistar cada vez mais leitores. Vencer é bom, claro que é, mas
perder faz parte. Aprendam isso e lidem com as falhas da melhor forma
possível: corrigindo-as.
Sempre
que entro numa nova área eu tento compará-la com experiências
parecidas que já tive, por isso venho analisando os concursos
literários da mesma forma que fazia com vestibular e concurso
público. Veja bem, em 2002 e 2003 eu fiz cursinho e tentei
vestibular em Federal, não consegui passar. 2004 eu fui correr atrás
de cursos profissionalizantes e também comecei a fazer concursos
públicos. Acabou que em 2005 eu fiz meu primeiro Enem (na minha
época as coisas eram diferentes, quase nenhuma faculdade federal o
usava) e tive excelentes notas, era um sistema de pontuação
diferente, só lembro que consegui uns 82% na prova e 84% na redação
e com essa nota pude fazer faculdade pelo Prouni. A mesma coisa
ocorreu com Concurso Público, comecei em 2004 e só tomei pau, 2005
fiquei em excedente e 2006 e 2007 comecei a passar em concursos
estaduais e municipais.
Disse
isso pelo seguinte: é errando que se aprende. Levei tempo para me
firmar nos estudos e conseguir passar em provas, acredito que na
literatura não seja tão diferente assim. A primeira coisa que
devemos saber ao resolver participar de um Concurso Literário é que
as chances de perder são maiores que as de ganhar. Tem muita gente
talentosa por aí e por mais que muitos pensem o contrário, escrever
bem não é só talento, é treino e dedicação. Então, não
desista de concursos ou de escrever caso não tenha alcançado os
objetivos iniciais. Pare, converse com amigos mais experientes, veja
onde pode melhorar o seu texto e continue escrevendo e participando.
Eu continuarei, ainda tem uma seleção de contos para uma antologia
que eu devo me inscrever até o final do ano. Quem sabe não tenhamos
novidades positivas para 2017.
Prêmio
Kindle 2016.
Este
foi o maior concurso que eu já participei e o que mais me dediquei.
Como a comunidade literária foi chacoalhada pelo resultado do último
sábado, falarei abertamente.
Participei
do Prêmio para experimentar a plataforma de publicação da Amazon
e, novamente, obter alguma divulgação e mais leitores. Gostei muito
de utilizar o KDP, ainda quero publicar o Resquícios de Nós Mesmos
por uma editora, mas não me arrependo em nada de ter colocado na
Amazon antes.
Fiquei
sabendo das inscrições em agosto, ainda estava terminando o
primeiro manuscrito do Resquícios e quis aproveitá-lo no concurso.
Passei setembro fazendo revisão crítica, outubro em revisão
ortográfica e ainda tive que me virar para diagramar e publicar
dentro do prazo que se encerrou em novembro. Foi tudo muito corrido e
valeu a pena.
Acabei
aprendendo ainda mais sobre o processo de edição de um livro, já
tinha feito isso com O Grupo, mas dentro de uma editora a minha
responsabilidade era menor, fazendo por conta própria, acabei
resolvendo tudo. Novamente, evoluí como autor.
Óbvio
que um prêmio de 20 mil reais e a publicação do livro por uma
editora tradicional era o meu maior objetivo, mas ter participado foi
muito produtivo. Vendi vários e-books, tive bastante leitura e
acredito que agradei a grande maioria. Sendo assim, dei mais um passo
adiante na carreira.
Muito
se falou sobre ter cartas marcadas no concurso, ou que nem teriam
lido todos os livros. Eu não acho que isso tenha ocorrido. A
inscrição no Prêmio kindle era gratuita, por que fazer uma seleção
de cartas marcadas sendo que a editora poderia conversar diretamente
com um dos autores e publicá-lo? A Amazon está há muitos anos no
Brasil, tem mais tempo ainda de mercado no exterior e não precisa de
eventos fraudulentos. Não duvido da lisura do prêmio. Parabéns aos
pré selecionados e pronto.
Vejo
muito autor querendo viver de escrever e comercializar livros, mas
muitos deles não agem de forma profissional. Perder faz parte, veja
onde pode melhorar e deixe a Amazon e os vencedores em paz. Ficar
usando as redes sociais para desmerecer o trabalho alheio é
mesquinhez, antiético e faz mal à imagem de quem fala e não dos
vitoriosos.
Se
tem uma coisa que aprendi com vestibulares e concursos é que
conhecimento e estudo são cumulativos, quanto mais tempo nos
dedicamos a eles, melhores ficamos. Escrita é a mesma coisa. Quanto
mais lermos e escrevermos, melhores nos tornaremos. Vamos continuar
escrevendo e evoluindo, novamente, parabéns aos vencedores. Eu não
ficarei reclamando da vitória de vocês, mais provável que eu leia
alguma das obras e veja onde vocês acertaram e eu não. Assim posso
melhorar mais um pouco.
Para
finalizar, o importante é conquistar leitores, prêmios são
bem-vindos, mas o que nos fará ter sucesso na carreira literária é
criar uma boa base de leitores. Seja educado, ético, estude, se
desenvolva e use as redes sociais para criar uma rede de amigos que
os ajude a divulgar e ser lido. Não fique de picuinha e não queime
o seu filme. Pode ter certeza que ficar depredando editoras e
escritores não contribuirá em nada para uma carreira literária de
sucesso.
O que um autor "deveria" querer, é ser lido.
ResponderExcluirNão importa como, ele quer ser lido.
Esses que ficam de picuinha, de mimimi, de disse me disse, não são autores, não são escritores, só são seres chatos e imprestáveis, fracassados e incompetentes.
Desculpe o desabafo.
Mas ando estressada com esses chatos.
A culpa nunca é do autor, é sempre da editora, de quem selecionou, de não sei mais o quê... Pelamor!!!
Humildade é muito importante não só para autores, mas para todos; para a vida.
Perder não é legal, mas participar é. Sempre. Fazer amigos novos, ser lido e elogiado por ter participado. Ter sua moral levantada por novos leitores... isso tudo é muito bom!
A vida é assim. Vamos tirar o melhor dela.
Adorei o texto. Você é um autor que vai crescer muito no mercado. Tenho certeza disso. E espero que não esqueça os pobres que estão na torcida hehehehe.
Bjkissssssss
Adorei o comentário, desculpe a demora a responder, ando meio ausente da net e não tinha visto a notificação no e-mail.
ResponderExcluirConcordo com tudo que disse e pode desabafar à vontade.
Bjão